é como quando falta meia hora
você sabe que vai se atrasar
mas fica debaixo do cobertor
esperando o frio passar
fiz há tempos.
29 de abril de 2011
21 de abril de 2011
Ei, criança
A vida é muito rápida para você tratá-la desse jeito.
Presta atenção.
Sentimos fome, frio, carência, necessidade, vontade, ciúme, e até inventamos sentimentos.
Inventamos alguém para curá-lo.
Inventamos ainda uma forma de pagamento para que ele saiba o quão agradecido você é pelo resultado, afinal... Você continua sentindo fome, frio, carência, necessidade, vontade, ciúme, mas você parou de inventar sentimentos.
E então você perde suas tintas e não tem tempo de comprar outras.
E o tempo está passando.
Você gasta a maioria desse seu tempinho inventando outros sentimentos, mas, acima de tudo, inventando uma forma de pagamento que aumente, porque, afinal, hajam sentimentos.
O tempo passa.
Você arranja tempo pra comprar suas tintas.
Você as compra.
Já não tem mais o que inventar.
A vida é muito.
Você acha demais.
Vamos parar com esses achismos.
Presta atenção.
Sentimos fome, frio, carência, necessidade, vontade, ciúme, e até inventamos sentimentos.
Inventamos alguém para curá-lo.
Inventamos ainda uma forma de pagamento para que ele saiba o quão agradecido você é pelo resultado, afinal... Você continua sentindo fome, frio, carência, necessidade, vontade, ciúme, mas você parou de inventar sentimentos.
E então você perde suas tintas e não tem tempo de comprar outras.
E o tempo está passando.
Você gasta a maioria desse seu tempinho inventando outros sentimentos, mas, acima de tudo, inventando uma forma de pagamento que aumente, porque, afinal, hajam sentimentos.
O tempo passa.
Você arranja tempo pra comprar suas tintas.
Você as compra.
Já não tem mais o que inventar.
A vida é muito.
Você acha demais.
Vamos parar com esses achismos.
20 de abril de 2011
16 de abril de 2011
Conjugue o que não se vê
some,
desaparece
mas vai até
onde eu possa te
encontrar
afinal
teu sorriso
serve pra outra coisa
senão
distrair
meu coração?
foge,
esquece
todo verbete
que você souber
sobre quem não mais te
desaparece
mas vai até
onde eu possa te
encontrar
afinal
teu sorriso
serve pra outra coisa
senão
distrair
meu coração?
foge,
esquece
todo verbete
que você souber
sobre quem não mais te
15 de abril de 2011
Resenha de quem anda muito
Hoje eu tô cansada.
Mas não é cansadinha, é cansada mesmo. Me arrastando pelos cantos da capital do Brasil. Porque é sexta, mas ainda é dia letivo.
E eu tenho (tinha) uma lista de coisas para fazer.
A vida só é difícil para quem não se dá bem com ironia.
Afinal, a vida é a maior delas.
Eis um dos meus (poucos) fatos.
No meio dessa minha lista de coisas, estava eu. Quieta, com um livro e muito peso na bolsa, pra variar. Ainda assim, eu, falante. Mas sempre com muito peso na bolsa.
Fui então, parar na rodoviária.
E se a vida é uma ironia, a possibilidade das pessoas transitarem é uma ironia quase maior.
A maior parte da população que não presta transita perto da rodoviária. Elas vão e vem.
Junto com o que faz com que elas não prestem; junto com as pessoas que prestam; e junto com as pessoas que observam.
Quietas,
falantes,
e sempre com muito peso pra carregar.
E então você vê um de paletó. Não muito diferente dos que não prestam. Mas se a vida é uma ironia, se as pessoas transitarem também é uma ironia, Brasília, cidade cheia de vida e de (cada vez mais) pessoas é, indubitavelmente, uma ironia. Das grandes.
A rodoviária é perto do que administra você.
E eu só queria compartilhar esse pensamento.
Mas não é cansadinha, é cansada mesmo. Me arrastando pelos cantos da capital do Brasil. Porque é sexta, mas ainda é dia letivo.
E eu tenho (tinha) uma lista de coisas para fazer.
A vida só é difícil para quem não se dá bem com ironia.
Afinal, a vida é a maior delas.
Eis um dos meus (poucos) fatos.
No meio dessa minha lista de coisas, estava eu. Quieta, com um livro e muito peso na bolsa, pra variar. Ainda assim, eu, falante. Mas sempre com muito peso na bolsa.
Fui então, parar na rodoviária.
E se a vida é uma ironia, a possibilidade das pessoas transitarem é uma ironia quase maior.
A maior parte da população que não presta transita perto da rodoviária. Elas vão e vem.
Junto com o que faz com que elas não prestem; junto com as pessoas que prestam; e junto com as pessoas que observam.
Quietas,
falantes,
e sempre com muito peso pra carregar.
E então você vê um de paletó. Não muito diferente dos que não prestam. Mas se a vida é uma ironia, se as pessoas transitarem também é uma ironia, Brasília, cidade cheia de vida e de (cada vez mais) pessoas é, indubitavelmente, uma ironia. Das grandes.
A rodoviária é perto do que administra você.
E eu só queria compartilhar esse pensamento.
14 de abril de 2011
(Lembrete)
tudo muda o tempo todo no mundo ao mesmo tempo
mas cada um tem sua velocidade
mantenha a sua.
mas cada um tem sua velocidade
mantenha a sua.
9 de abril de 2011
Àsas
quem me dera, às vezes, poder voar
quem me dera asas nas vezes em que quis
quem me dera poder pousar quando quero
quem me dera asas nas vezes em que quis
quem me dera poder pousar quando quero
6 de abril de 2011
Pra quem eu reencontrei no ônibus certo
Sou assim, feita de épocas.
Épocas de choro, épocas de texto, épocas de amor, e hajam épocas. Quase sempre, essas, misturadas.
Sou assim, feita de lembranças.
Porque minha memória é péssima. Então eu não memorizo seu rosto, eu não memorizo seu nome. Eu lembro.
Se eu lembrar.
Mas ah, eu queria saber - para lembrar - seu nome.
Numa dessas épocas de amor, ano passado (ou no começo dele), eu não prestei a devida atenção para onde o ônibus ia e errei o caminho.
Sou dessas que erra duas vezes, e erra de cabeça erguida.
Erra duas vezes, mas por motivos diferentes.
E da primeira vez foi por desatenção.
E até eu descobrir que era o ônibus errado, eu já tinha descobrido você.
E foi assim, platônico, sabe? Bom, provavelmente você sabe.
E se você sabe, que sorte, ah, que sorte a sua. Nossa, digo.
Da segunda vez já não foi desatenção.
Foi vontade mesmo.
Épocas de choro, épocas de texto, épocas de amor, e hajam épocas. Quase sempre, essas, misturadas.
Sou assim, feita de lembranças.
Porque minha memória é péssima. Então eu não memorizo seu rosto, eu não memorizo seu nome. Eu lembro.
Se eu lembrar.
Mas ah, eu queria saber - para lembrar - seu nome.
Numa dessas épocas de amor, ano passado (ou no começo dele), eu não prestei a devida atenção para onde o ônibus ia e errei o caminho.
Sou dessas que erra duas vezes, e erra de cabeça erguida.
Erra duas vezes, mas por motivos diferentes.
E da primeira vez foi por desatenção.
E até eu descobrir que era o ônibus errado, eu já tinha descobrido você.
E foi assim, platônico, sabe? Bom, provavelmente você sabe.
E se você sabe, que sorte, ah, que sorte a sua. Nossa, digo.
Da segunda vez já não foi desatenção.
Foi vontade mesmo.