espaço
sanhaço
sargaço
palhaço.
29 de maio de 2012
24 de maio de 2012
stay up late
Veja o horário de minhas publicações. Já que não foram elas que machucaram corações, tanto faz o horário que eu poste.
Volta e meia aparece alguém aqui. Não que eu não goste, não fede nem cheira: nem sei se sorri. Prefiro até que fiquem no anonimato da madrugada: continuo a pensar que eu talvez, não valha nada. E se meu esforço é vão, continuo esforçando em machucar um coração.
Porque coração machucado faz pensar e crescer, num passe de mágica a infantilidade some, e você jura vingança, mas fez por merecer.
Porque esconder sorriso assim não faz mal; não faz bem. Ninguém fica sabendo, o que os olhos não vêem, o coração não sente.
Mas se ele aparece agora, catástrofes se evitam.
Não mais que de repente.
Veja o horário de minhas publicações.
Volta e meia aparece alguém aqui. Não que eu não goste, não fede nem cheira: nem sei se sorri. Prefiro até que fiquem no anonimato da madrugada: continuo a pensar que eu talvez, não valha nada. E se meu esforço é vão, continuo esforçando em machucar um coração.
Porque coração machucado faz pensar e crescer, num passe de mágica a infantilidade some, e você jura vingança, mas fez por merecer.
Porque esconder sorriso assim não faz mal; não faz bem. Ninguém fica sabendo, o que os olhos não vêem, o coração não sente.
Mas se ele aparece agora, catástrofes se evitam.
Não mais que de repente.
Veja o horário de minhas publicações.
23 de maio de 2012
Lição
Quando não funciona agora,
funcionará lá na frente.
Porém, muito embora
não dependa da gente.
Quando a espera demora,
há de aprender que se aguente.
Porque o tempo devora,
e a beleza é incompetente.
Não há tanta vida lá fora,
mas aqui dentro é quase ausente.
O príncipe é quem hoje chora,
princesinha: tens que ser valente.
para clarinha.
funcionará lá na frente.
Porém, muito embora
não dependa da gente.
Quando a espera demora,
há de aprender que se aguente.
Porque o tempo devora,
e a beleza é incompetente.
Não há tanta vida lá fora,
mas aqui dentro é quase ausente.
O príncipe é quem hoje chora,
princesinha: tens que ser valente.
para clarinha.
22 de maio de 2012
Anadotas #1 - Não são bem anedotas
As atrasadas, que estava pra postar, mas esqueci.
(22 de maio de 2012)
(30 de abril de 2012 - depois do feriado da Páscoa)
(22 de abril de 2012. Detalhe: isso porque nem vi o show. Vi o Gil saindo do palco)
(22 de abril de 2012. A que melhor me define. Inclusive pelos braços tortos)
20 de maio de 2012
Anita Malfatti
aninha queria esse
aquele
e o outro também
aninha queria tanto
e acabou sem ninguém
:)
pobre aninha.
na calçada, de cigarrinho
sozinha.
aquele
e o outro também
aninha queria tanto
e acabou sem ninguém
:)
pobre aninha.
na calçada, de cigarrinho
sozinha.
18 de maio de 2012
Einstein
Meus pais sempre nunca foram superprotetores ou superatenciosos, porque comigo, nunca precisaram mesmo. Não que eu seja (ou fosse) completamente ajuizada e com boas intenções sempre, não que eu não errasse ou queimasse meu dedo no fogão vez em quando, mas é que tudo o que fazia, resolvia por si só.
Eu estava cursando o Ensino Médio, e foi aí que minhas notas começaram a se complicar. Já estavam se complicando há um certo tempo, mas como acharam que eu iria resolver, deixaram pra lá.
Não resolvi.
Mais uma vez, a pequena Ana Julia ia mal em exatas e seus pais, pela primeira vez, foram convocados à famosa reunião do colégio.
Ao contrário do esperado - ou desejado, essa convocação não veio através de carta nem de bilhete na mochila, perdido entre as provas zeradas. Ligaram pro meu pai.
Não emputecido mas chateado, meu pai disse que compareceria à reunião comigo ao lado no sábado de manhã.
Eis que chega o temido e aguardado sábado de manhã, e eu visivelmente acordara de mal humor. Não por ser sábado de manhã, mas por saber que o que eu iria ouvir lá na reunião se repetiria em casa. "Precisa estudar mais, parar de desenhar, tirar os fones de ouvido, se concentrar mais, se esforçar, assistir às aulas extras" e toda aquela ladainha que já me disseram antes.
Lembro que coloquei a primeira roupa que vi e fui de chinelos.
Meu pai nunca ligara antes para roupa que vestia, mas naquele dia, ele de camisa social azul e jeans perguntou:
- Você vai assim? - meu humor que já estava ruim piorou.
- VOU! - respondi quase gritando, quase explodindo.
- Com esses pés esquisitos?
Meu pai riu (como sempre fazia) e disse que eu parecia a minha mãe na TPM. Respondi que não estava na TPM coisa nenhuma, e que parecia a minha mãe, mas meus pés esquisitos eram iguais aos dele.
Pegamos o carro e a L2 sul.
Chegando no colégio, os professores estavam mais bem arrumados que o comum. Me deu vontade de rir, confesso.
Para meu azar, o primeiro professor que tivemos acesso foi o de álgebra. E logo vieram as reclamações: aquelas mesmas de sempre, que eu não aguento mais ouvir (e que até hoje ouço):
- Ela ouve música durante a aula, e quando não o faz, desenha na carteira e no caderno. Acho que tem déficit de atenção - sugeriu o professor
- Tenho coisa nenhuma! - respondi
- Fica quieta, Ana Julia - meu pai mandou. Fiquei quieta, levantei a sobrancelha direita e olhei pro professor, que prosseguiu:
- E não comparece às aulas à tarde. Ela faz alguma outra atividade neste período?
- Claro que faço! E você sabe, professor, até parece que você não sabe que eu quero ser artista. - justifiquei novamente
- Fica quieta, Ana Julia - meu pai mandou de novo - Faz sim, mas se for necessário eu tiro ela das aulas extras à tarde e ela vem pra cá estudar.
- Coisíssima nenhuma... - desde sempre geniosa, não consegui ficar calada mais uma vez. Mas meu pai continuou, e de repente o professor, virou psicólogo:
- Isso é coisa da mãe dela, que apoia essa loucura de arte. Arte não dá dinheiro, já disse. Mas ela não me ouve, agora fica aí tirando nota baixa em Matemática e Física. Se bem que até em Artes suas notas estão baixas hein, moça?
- Ah, isso é coisa de criação, não é culpa da minha mãe não. Cês me criaram dizendo que eu podia ser o que quiser, agora aguenta.
- Mas a única coisa que eu exijo é que você vá bem na escola, até no judô eu te coloquei! - o professor observava
- Mas eu vou! - meu pai riu. Foi uma dessas frases que eu digo sem pensar, sem nem pensar em pensar, na verdade. Mas para mim eu ia muito bem: não comparecia às aulas, mas quando ia, entendia tudo. Meu pai virou pro professor prometendo melhoras e que se eu não a fizesse, iria para o colégio público.
Mais uma vez, Aninha contrataca:
- Pode colocar, por favor.
Meu pai se vira pra mim, faz cara de chateado e pergunta em alto e bom tom:
- Fica quieta! Quer voltar pro orfanato?!
Surpreendentemente, minhas notas em Matemática melhoraram.
Observações:
1 - Em Física não.
2 - Não sou adotada.
3 - Mas às vezes tenho dúvidas.
Eu estava cursando o Ensino Médio, e foi aí que minhas notas começaram a se complicar. Já estavam se complicando há um certo tempo, mas como acharam que eu iria resolver, deixaram pra lá.
Não resolvi.
Mais uma vez, a pequena Ana Julia ia mal em exatas e seus pais, pela primeira vez, foram convocados à famosa reunião do colégio.
Ao contrário do esperado - ou desejado, essa convocação não veio através de carta nem de bilhete na mochila, perdido entre as provas zeradas. Ligaram pro meu pai.
Não emputecido mas chateado, meu pai disse que compareceria à reunião comigo ao lado no sábado de manhã.
Eis que chega o temido e aguardado sábado de manhã, e eu visivelmente acordara de mal humor. Não por ser sábado de manhã, mas por saber que o que eu iria ouvir lá na reunião se repetiria em casa. "Precisa estudar mais, parar de desenhar, tirar os fones de ouvido, se concentrar mais, se esforçar, assistir às aulas extras" e toda aquela ladainha que já me disseram antes.
Lembro que coloquei a primeira roupa que vi e fui de chinelos.
Meu pai nunca ligara antes para roupa que vestia, mas naquele dia, ele de camisa social azul e jeans perguntou:
- Você vai assim? - meu humor que já estava ruim piorou.
- VOU! - respondi quase gritando, quase explodindo.
- Com esses pés esquisitos?
Meu pai riu (como sempre fazia) e disse que eu parecia a minha mãe na TPM. Respondi que não estava na TPM coisa nenhuma, e que parecia a minha mãe, mas meus pés esquisitos eram iguais aos dele.
Pegamos o carro e a L2 sul.
Chegando no colégio, os professores estavam mais bem arrumados que o comum. Me deu vontade de rir, confesso.
Para meu azar, o primeiro professor que tivemos acesso foi o de álgebra. E logo vieram as reclamações: aquelas mesmas de sempre, que eu não aguento mais ouvir (e que até hoje ouço):
- Ela ouve música durante a aula, e quando não o faz, desenha na carteira e no caderno. Acho que tem déficit de atenção - sugeriu o professor
- Tenho coisa nenhuma! - respondi
- Fica quieta, Ana Julia - meu pai mandou. Fiquei quieta, levantei a sobrancelha direita e olhei pro professor, que prosseguiu:
- E não comparece às aulas à tarde. Ela faz alguma outra atividade neste período?
- Claro que faço! E você sabe, professor, até parece que você não sabe que eu quero ser artista. - justifiquei novamente
- Fica quieta, Ana Julia - meu pai mandou de novo - Faz sim, mas se for necessário eu tiro ela das aulas extras à tarde e ela vem pra cá estudar.
- Coisíssima nenhuma... - desde sempre geniosa, não consegui ficar calada mais uma vez. Mas meu pai continuou, e de repente o professor, virou psicólogo:
- Isso é coisa da mãe dela, que apoia essa loucura de arte. Arte não dá dinheiro, já disse. Mas ela não me ouve, agora fica aí tirando nota baixa em Matemática e Física. Se bem que até em Artes suas notas estão baixas hein, moça?
- Ah, isso é coisa de criação, não é culpa da minha mãe não. Cês me criaram dizendo que eu podia ser o que quiser, agora aguenta.
- Mas a única coisa que eu exijo é que você vá bem na escola, até no judô eu te coloquei! - o professor observava
- Mas eu vou! - meu pai riu. Foi uma dessas frases que eu digo sem pensar, sem nem pensar em pensar, na verdade. Mas para mim eu ia muito bem: não comparecia às aulas, mas quando ia, entendia tudo. Meu pai virou pro professor prometendo melhoras e que se eu não a fizesse, iria para o colégio público.
Mais uma vez, Aninha contrataca:
- Pode colocar, por favor.
Meu pai se vira pra mim, faz cara de chateado e pergunta em alto e bom tom:
- Fica quieta! Quer voltar pro orfanato?!
Surpreendentemente, minhas notas em Matemática melhoraram.
Observações:
1 - Em Física não.
2 - Não sou adotada.
3 - Mas às vezes tenho dúvidas.
13 de maio de 2012
sei de porra nenhuma mais não
a gente se conheceu
tava em carnaval.
acontece de eu ser quente,
acontece de eu ser,
aconteceu,
carnaval.
viva a violência! enquanto você deixava marcas nas minha costas, deixaram marcas no teu carro, deixaram marcas na tua pátria, enquanto você dormia em cima de mim.
viva a rebeldia dos que sabiam e nada fizeram
viva a hipocrisia
porque a gente se conheceu
era confete caindo do céu
tava em carnaval.
acontece de eu ser quente,
acontece de eu ser,
aconteceu,
carnaval.
viva a violência! enquanto você deixava marcas nas minha costas, deixaram marcas no teu carro, deixaram marcas na tua pátria, enquanto você dormia em cima de mim.
viva a rebeldia dos que sabiam e nada fizeram
viva a hipocrisia
porque a gente se conheceu
era confete caindo do céu
7 de maio de 2012
Vento que bate nas costas
- Estou resfriada - informei para que soubesse do meu estado antes que perguntasse o porquê de eu ter faltado às aulas - Mal posso me mover - completei.
- É o sereno, criança. Te avisei.
É o André.
Mal sabe ela, mal sabe ele, mal - cá estou - eu.
- É o sereno, criança. Te avisei.
É o André.
Mal sabe ela, mal sabe ele, mal - cá estou - eu.
6 de maio de 2012
esquece não
parece não
mas eu voltei a ser um pouco da moça triste
que um dia fui
podia muito bem
colocar a culpa nas janelas dos ônibus
nos homens silenciosos
ou nas incapacidades físicas
mas a culpa tá em mim
e no que eu não dia fui
saber discernir o que é memória
agora
carece não.
mas eu voltei a ser um pouco da moça triste
que um dia fui
podia muito bem
colocar a culpa nas janelas dos ônibus
nos homens silenciosos
ou nas incapacidades físicas
mas a culpa tá em mim
e no que eu não dia fui
saber discernir o que é memória
agora
carece não.