4 de julho de 2011

Morava sozinha e dormia sem blusa

Ela morava sozinha e não tinha noção do quanto era feliz por isso.
Talvez, em alguns momentos do dia, ela tivesse. Como quando a tarde chegava ao fim e o sol batia na janela, em seu rosto, e nas pimentas que ela cultivava. Como quando ela dormia até mais tarde e acordava com o dia nublado, frio.
Ela não se importava com o frio, porque era uma pessoa calorosa. Um ser humano caloroso. E uma mulher quente.
Talvez, ainda não fossse mulher. Fosse menina. Mas tinha amadurecido muito cedo; ainda que seus erros - não fatais - fossem graves e levemente infantis (leia-se imbecis). Errava bobeira e acertava porque era capaz; só contava com a sorte nesses dias frios ou nas tardes quentes.
Mas ela não chamava isso de sorte.

Ela não tinha noção disso.

4 comentários:

Marlus Alvarenga disse...

Simplesmente desabafador!

Roberto B. disse...

um dos melhores dos melhores seus.

mendzz disse...

quero muito não gostar de algum texto seu, só pra variar, não soar tão repetitivo.. em vão, sorrio no fim de cada um deles.

mendzz disse...

aliás no meio
pois quando acaba
eu releio

hai kai da continuação e do meu sorriso (ou dos dois).

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Ahá.