24 de maio de 2010

É clichê. Mas foda-se.

Queria levar uma vida sem horários.
Mas não tenho tempo para isso.



obs:

Victor fez ESPECIALMENTE pra mim, tá?
http://contemporaneoeindiscreto.blogspot.com/2010/05/pessoas-felizes-demais-sao-psicopatas.html

23 de maio de 2010

Coroa de papel.

O saguão do metrô vazio às 17h20 da tarde.
Eu, Renato Russo, uma garota com uma camisa do AC/DC, e um cara do nosso lado. Eu não ouvi direito o nome dele, mas ele acho que ele tinha gostado mesmo do meu timbre em Geração Coca-Cola.
Eu cantando o mais alto que pude, ao ponto de sentir as batidas do meu coração em sintonia com a minha voz.
Em menos de uma hora, eu tinha um calo no indicador direito. Um dos grandes. A agonia, quase maior que ele.
Morrendo de sede, garganta seca horrores, rouca, mas ainda tinha um grande repertório para tocar.
É que às vezes eu esqueço que nem todo mundo conhece Damien Rice.
Passei uma hora e alguns minutos lá. Para ser mais exata, 1h43.
Matematicamente falando: 1h43 = 2 reais.
Mas quem liga?
Com um momento só meu, com minha voz ecoando pela parede do metrô, a dor do meu dedo sendo completamente ignorada, o sorriso do rapaz que ouvia, o olhar do rapaz que passou com fone de ouvido...
Todo aquele momento era meu.
Todo aquele momento era nosso.
Mas na verdade mesmo, todo aquele momento era pra você.
Mesmo que voce não tenha passado lá pra ouvir, ou se quer tido a curiosidade de ouvir.
Era pra você, porque aquele momento fez parte da sua vida, mesmo você nunca tendo encostado em mim.
Você não precisa encostar em mim pra gostar de música.
E eu não preciso de um príncipe, de um reino e de um castelo para me sentir com uma coroa.
Mesmo que ela seja de papel.

P.s.:
Feliz anirvesário, Pré Psicopata.

15 de maio de 2010

Não somos humanos; somos livros.

Alguém já te contou uma história, que você já conhecia, mas mesmo assim você gostou de ouvir, mesmo que você já soubesse de cor e salteado o final?
A morte deve ser assim.
Toda a sua história. Você já deve saber o final, você sente quando está morrendo, não importa o que vier depois, "você está morrendo, isso acontece, ou melhor: está acontecendo".
Essa história.
Cabe a você.
Cabe dentro de você.

Mas talvez ela seja tão, mas tão grande, que ela talvez não caiba na sua morte. Todo dia, uma aventura, uma nova historia. 365 histórias num ano.
Talvez, essas 365 histórias sejam tão longas, que nem caibam em todos os 365 dias, e, talvez, você precise de mais - no mínimo - 200 dias para terminá-la.
É assim você adia a morte.

Você não vence a morte por ser corajoso. Covarde, feliz, deprimido, genial, ignorante. Ninguém vence a morte: não tem como vencer algo que não está contra você. Não importa. Mesmo que você pense que ela esteja tirando a sua vida, ela não está, nunca esteve contra você.

Só você que não se venceu.
Normalmente, as pessoas não gostam da própria morte, do ato de morrer, ou simplesmente de saber que vai morrer: algo irreversível.
Mas elas não deveriam culpar algum ser com uma foice, algum acontecimento, ou falta de algo/alguém por ela chegar.
É só que nós vamos ficando velhos, e nossa memória vai junto, nossa imaginação, vai junto.

Nós repetimos as mesmas histórias. Já sabemos o final dela. Recontamos as mesmas histórias e acabamos sem imaginação para terminar de contá-las.
Porque, não importa de qual religião você seja, mesmo que você tenha vivido mai de 983 dias, você só teve uma história. Uma vida.
E é quando a nossa imaginação acaba, que, enfim, morremos.

8 de maio de 2010

Até que na TV você vê coisas interessantes

Margie diz para Lisa e Bart: e não aceitem doces de estranhos!
Homer diz para Margie: Querida, eles são humanos.



Por incrível que pareça (ou não), isso me fez repensar sobre meus conceitos de "humano". Mas eles não mudaram.

6 de maio de 2010

pascoale

um ponto final aqui, uma exclamação ali, uma vírgula no lugar errado.
e assim fazemos nossa história, do jeito coloquial, do jeito culto, do jeito analfabeto.

um advérbio pouco usado, um verbo inventado, um substantivo amigo.
ser alegre nunca foi tão fácil.

gramática, regras, coerência, concordância, susbstantivo próprio;
nunca foi alegre por ser tão fácil.