19 de abril de 2010

pessimismo de segunda

É vergonhoso dizer que às vezes, quando o tempo tá abafado, quando tem gás carbônico no meu rosto, quando as pessoas insistem em dizer discretamente que eu ando na contramão... Eu continuo sonhando.
E imagino diálogos, abraços, sorrisos, ventos no rosto, quando tudo que eu sinto são os ombros das outras pessoas encostando nos meus. Eu continuo na contramão.
E volto para casa, às 01h30 da tarde, com fome, com calor, com cansaço físico e moral. Mas, quem liga, eu continuo sonhando.
Só porque as coisas estão indo muito bem, e eu estou feliz com elas, eu sonho o dia inteiro. Não faz muito sentido: as coisas estão indo bem, deveria vivê-lás! Mas acho que jeito de ser feliz mesmo, sem entender bulhufas do que seu futuro vai fazer contigo, é sair de si.
É pensar que ficar na contramão é mais legal, e não se achar superior com isso.
Achar que o teu futuro não vai ser igual ao dos outros, e que isso era tudo o que você queria.

Mas de repente, você acorda.
E cai.
E lembra que a vida tem altos e baixos, e depois de um "alto", vem "um baixo".
E dá medo de que você volte a sonhar nos ombros das pessoas de novo, porque, depois de "um alto" vem "um baixo", e os baixos costumam ser tão ruins.
Talvez só porque sejam como uma âncora.
Que coloquem seus pés no chão.

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Ahá.