- Mais alto! Mais alto! - gritava ela com um sorriso imenso, sentindo o vento no rosto delicado, de olhos fechados
- Isso é o máximo que eu consigo! Hahahaha! - dizia ele, em tom divertido, enquanto sentia o barulho das cordas enferrujadas do balanço em sincronia com os seus batimentos cardíacos
- Oras, você sempre conseguiu mais!
- Você sempre quer mais que as pessoas conseguem! - e ele empurrou com mais força, e a menina abriu os braços.
Caiu.
Fez barulho. A poeira se levantou, ela caiu em cima do braço.
Ele ficou preocupado. Seus batimentos cardíacos não estavam mais sincronizados com o barulho das cordas enferrujadas; eles estavam duas vezes mais rápidos.
Em uma fração de segundos, seus olhos leventemente ficaram arregalados ao não ouvir nenhum som depois da queda.
Ele, desesperadamente, corre para ajudá-la. Ela ainda estava respirando, abriu os olhos, e sorriu.
O sorriso dela continuava lindo.
Ele respirou fundo, e se acalmou.
"Está.. Tudo bem?" perguntou ele, com o maior receio de que não estivesse. Ele nunca gostou que as coisas não estivessem bem.
Ela riu. Ela riu muito. Riu desesperadamente; "você viu, garoto?", e continuou rindo.
Ele não entendeu. Mas riu um pouco, por consequência do riso dela.
Ela se levantou, tirou a poeira da roupa, e continuou sorrindo.
A curiosidade dele apertou.
- Por que... Você riu? Por que você está sorrindo?
- Você conseguiu me empurrar mais forte.
- Mas você caiu!
- Não, eu voei.
28 de março de 2010
25 de março de 2010
Vai ver se eu tô lá na esquina.
Eu sou só uma.
Possuo vários humores, talvez algumas mudanças breves de personalidade, mas eu sou só uma.
E não tô mais aguentando vocês, vocês todos, vocês mil.
E não é porque eu não tô aguentando mais vocês, que eu vou me trancar no banheiro e esperar que quebrem a porta à procura de mim. Mas é que uma hora eu vou quebrar a porta, à procura de mim mesma; vocês, às vezes, me bloqueiam.
Minha superstição me bloqueia mais ainda. As quarta-feiras nunca foram tão vantajosas, talvez, nem um pouco, e isso talvez faça com que as quintas fossem piores.
Ontem foi quarta.
Logo, hoje é quinta.
Essa diferença entre o "foi" e o "é", que vocês impõe sobre quem eu fui e quem sou, é que está me deixando mais... Atrapalhada.
Mais atrapalhada do que eu sou, do que eu já fui.
Eu sei que pouco converso, que sou um "pé na frente outro atrás", mas eu sei que eu também não sou assim. E não cabe a vocês, vocês mil, ficarem me impondo limites; um conjunto de leis foi criado há algum bom tempo, para que vocês não precisassem ficar me lembrando que eu não sei fazer linhas retas, e que eu não entendo matemática.
Então, vão ver se eu tô lá na esquina, e no caminho pra lá, tentem enxergar coisas boas no mundo.
É fácil.
E você sabe muito bem que esse post foi pra você.
Possuo vários humores, talvez algumas mudanças breves de personalidade, mas eu sou só uma.
E não tô mais aguentando vocês, vocês todos, vocês mil.
E não é porque eu não tô aguentando mais vocês, que eu vou me trancar no banheiro e esperar que quebrem a porta à procura de mim. Mas é que uma hora eu vou quebrar a porta, à procura de mim mesma; vocês, às vezes, me bloqueiam.
Minha superstição me bloqueia mais ainda. As quarta-feiras nunca foram tão vantajosas, talvez, nem um pouco, e isso talvez faça com que as quintas fossem piores.
Ontem foi quarta.
Logo, hoje é quinta.
Essa diferença entre o "foi" e o "é", que vocês impõe sobre quem eu fui e quem sou, é que está me deixando mais... Atrapalhada.
Mais atrapalhada do que eu sou, do que eu já fui.
Eu sei que pouco converso, que sou um "pé na frente outro atrás", mas eu sei que eu também não sou assim. E não cabe a vocês, vocês mil, ficarem me impondo limites; um conjunto de leis foi criado há algum bom tempo, para que vocês não precisassem ficar me lembrando que eu não sei fazer linhas retas, e que eu não entendo matemática.
Então, vão ver se eu tô lá na esquina, e no caminho pra lá, tentem enxergar coisas boas no mundo.
É fácil.
E você sabe muito bem que esse post foi pra você.
20 de março de 2010
crescer.
20 de março. 21h55 da noite.
Uma tempestade cai do nada. É água caindo do céu. Mas não é só água caindo do céu. Tem vento, vento frio, vem gotas, gotas pesadas, e vem nostalgia.
E, fico até pasma de quanta nostalgia vem.
Ele entra na sala, acende um cigarrro. Levanto os olhos, levanto a sombrancelha direita, abaixo os olhos, abaixo a sombrancelha direita. Tomo a ousadia de me pronunciar:
- Você não está fumando aqui. Né?
- A casa é minha também. Qual é o problema?
- O meu pulmão.
- O que tem o seu pulmão?
- Quem vai pagar o tratamento é você, chefia.
- Por que eu? Você não é tão independente assim?
- Você que o intoxicou.
- Já intoxiquei?
- Você fuma há mais de 14 anos. Se brincar, já até intoxicou o cara que trabalha no cubículo ao lado do seu.
- Ele fuma também.
- Desnecessário.
- É. - disse ele, com um ponto final bem nítido, querendo terminar a discussão. Mas hoje, eu queria discutir. Minha mente precisava discutir com algo que eu não estava mais suportando.
- Você ainda está aqui?
- Estou, eu moro aqui.
- Desculpe-me. Você ainda está fumando aqui?
- Estou.
- Vai ficar implicando?
- Vou.
- Cresce.
- Você nem fez 18 ainda.
- Eu sei. Você já passou dos 30 e ainda tá aí, precisando crescer. - ele ficou puto. Não sei porquê. Ele me desafia o tempo inteiro, e quando eu respondo, ele fica puto. Passou o vento. O cigarro apagou, e a nostalgia ficou de novo. Meu celular toca, eu nem penso em atender. Eu nem quero atender.
- Não vai atender, menina?
- Não, menino.
- Meninos não fumam.
- Os meninos de hoje não são os mesmos de ontem, se é que me entende.
- Entendo.
- Que bom. - o cigarro apagou de novo. Ele ainda permanecia sentado na cadeira da frente, me vendo digitar um relatório de biologia. Eu já não suportava mais fazer aquele relatório. Eu já não suportava mais o cheiro daquele cigarro reacendido, nem daquela voz, me cutucando no ombro. Aquela voz que dizia "a nostalgia me pegou também. Eu estou carente".
- Tá fazendo o quê aí?
- Tentando filtrar o ar com a mente.
- Digitando?
- E fazendo um relatório sobre isso.
- É.
- Você ainda está fumando aqui?
- Não mais.
- Quem está, então?
- Você. Passivamente.
- Se eu colocar "fumo excessivamente" no Orkut, você também vai implicar?
- Vou.
- Por que?
- Porque eu sou seu pai.
Família.
Uma tempestade cai do nada. É água caindo do céu. Mas não é só água caindo do céu. Tem vento, vento frio, vem gotas, gotas pesadas, e vem nostalgia.
E, fico até pasma de quanta nostalgia vem.
Ele entra na sala, acende um cigarrro. Levanto os olhos, levanto a sombrancelha direita, abaixo os olhos, abaixo a sombrancelha direita. Tomo a ousadia de me pronunciar:
- Você não está fumando aqui. Né?
- A casa é minha também. Qual é o problema?
- O meu pulmão.
- O que tem o seu pulmão?
- Quem vai pagar o tratamento é você, chefia.
- Por que eu? Você não é tão independente assim?
- Você que o intoxicou.
- Já intoxiquei?
- Você fuma há mais de 14 anos. Se brincar, já até intoxicou o cara que trabalha no cubículo ao lado do seu.
- Ele fuma também.
- Desnecessário.
- É. - disse ele, com um ponto final bem nítido, querendo terminar a discussão. Mas hoje, eu queria discutir. Minha mente precisava discutir com algo que eu não estava mais suportando.
- Você ainda está aqui?
- Estou, eu moro aqui.
- Desculpe-me. Você ainda está fumando aqui?
- Estou.
- Vai ficar implicando?
- Vou.
- Cresce.
- Você nem fez 18 ainda.
- Eu sei. Você já passou dos 30 e ainda tá aí, precisando crescer. - ele ficou puto. Não sei porquê. Ele me desafia o tempo inteiro, e quando eu respondo, ele fica puto. Passou o vento. O cigarro apagou, e a nostalgia ficou de novo. Meu celular toca, eu nem penso em atender. Eu nem quero atender.
- Não vai atender, menina?
- Não, menino.
- Meninos não fumam.
- Os meninos de hoje não são os mesmos de ontem, se é que me entende.
- Entendo.
- Que bom. - o cigarro apagou de novo. Ele ainda permanecia sentado na cadeira da frente, me vendo digitar um relatório de biologia. Eu já não suportava mais fazer aquele relatório. Eu já não suportava mais o cheiro daquele cigarro reacendido, nem daquela voz, me cutucando no ombro. Aquela voz que dizia "a nostalgia me pegou também. Eu estou carente".
- Tá fazendo o quê aí?
- Tentando filtrar o ar com a mente.
- Digitando?
- E fazendo um relatório sobre isso.
- É.
- Você ainda está fumando aqui?
- Não mais.
- Quem está, então?
- Você. Passivamente.
- Se eu colocar "fumo excessivamente" no Orkut, você também vai implicar?
- Vou.
- Por que?
- Porque eu sou seu pai.
Família.
12 de março de 2010
Ausente; fui dançar.
Ultimamente, tenho sentido uma vontade absurda de dançar.
Dançar por horas seguidas, dançar subindo e descendo as escadas, dançar até escovando o dente. E, sinceramente, sabe Deus, lá, porquê.
Tento fazer isso, mas as pessoas dizem que é ridículo.
É ridículo, porque eu não sei dançar. Acho que só xote, mas xote é de par, e eu não formo um par.
Ultimamente, tenho aparecido menos pras pessoas.
Era mais grudada nelas, talvez, gostasse mais delas, queria tê-las por mais tempo, e hoje, nem faço mais tanta questão assim.
Não sumo por querer. Os dias passam, as dificuldades aumentam. O jeito é arrumar 1 dia pra facilitar umas 2, no minimo, dificuldades.
Queria dizer que tenho sumido por estar dançando. Dançando por todos os lados, dançando na calçada do engraxate, dançando, dançando, até os pés cansarem.
Mas lógico que se eu dissesse isso eles iam achar legal.
O problema, é que eu não sei dançar.
E eles sabem disso, eles sabem que eu danço mal.
Por isso que é ridículo.
Porque é ridículo dançar sozinho, ainda mais quando não se sabe dançar.
Mas quando você some pra aprender a dançar, as pessoas reclamam.
E você fica confuso; quem, nesta dança, nesta vida, neste inspiro, está ao nosso lado?
Porque é ridículo dançar sozinho, ainda mais quando não se sabe dançar.
Mas quando você some pra aprender a dançar, as pessoas reclamam.
E você fica confuso; quem, nesta dança, nesta vida, neste inspiro, está ao nosso lado?