28 de março de 2010

Ícaro moderno.

- Mais alto! Mais alto! - gritava ela com um sorriso imenso, sentindo o vento no rosto delicado, de olhos fechados
- Isso é o máximo que eu consigo! Hahahaha! - dizia ele, em tom divertido, enquanto sentia o barulho das cordas enferrujadas do balanço em sincronia com os seus batimentos cardíacos
- Oras, você sempre conseguiu mais!
- Você sempre quer mais que as pessoas conseguem! - e ele empurrou com mais força, e a menina abriu os braços.
Caiu.
Fez barulho. A poeira se levantou, ela caiu em cima do braço.
Ele ficou preocupado. Seus batimentos cardíacos não estavam mais sincronizados com o barulho das cordas enferrujadas; eles estavam duas vezes mais rápidos.
Em uma fração de segundos, seus olhos leventemente ficaram arregalados ao não ouvir nenhum som depois da queda.
Ele, desesperadamente, corre para ajudá-la. Ela ainda estava respirando, abriu os olhos, e sorriu.
O sorriso dela continuava lindo.
Ele respirou fundo, e se acalmou.
"Está.. Tudo bem?" perguntou ele, com o maior receio de que não estivesse. Ele nunca gostou que as coisas não estivessem bem.
Ela riu. Ela riu muito. Riu desesperadamente; "você viu, garoto?", e continuou rindo.
Ele não entendeu. Mas riu um pouco, por consequência do riso dela.
Ela se levantou, tirou a poeira da roupa, e continuou sorrindo.
A curiosidade dele apertou.
- Por que... Você riu? Por que você está sorrindo?
- Você conseguiu me empurrar mais forte.
- Mas você caiu!
- Não, eu voei.

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Ahá.