19 de março de 2012

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tu vens, nordeste, veste tua armadura
que deus segura
quem aguenta todos os dias a secura
da garganta que implora
da criança que chora
do santo que a ti adora
o solo que o sertão ilustra

tu vê, irmão, confia na cana
em são joão, santa maria e no fruto
na morena tropicana
que por um minuto
fez teu coração, confia em ama
nordeste, se fores só falta d'água
e cavalo manco
onde da pele frágil
surge o espírito saltimbanco
que tu merece
pedaço singular do brasil
extremo-canto com sotaque,
praia, escuro moleque
e terra infertil

dessa mesma terra
chico science surgiu
caetano, graciliano, ariano
amado jorge e gilberto gil
dirceu
borboleta, gonzagão e alceu
deu
pro mundo glauber rocha
chico anysio, joão gilberto, zumbi
o sol ardeu
é carregar no rio são francisco
todas as raízes do povo e do que vivi


nordeste não se separa
tampouco se despe
nordeste, mostra essa cara
de quem recebeu cuspe
rasteira e macumba
mas agora se ergue
com todos os sacis,
veredas e zabumba.

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Ahá.