- tava pensando, josé, que se um dia eu tiver um filho, vou chamá-lo de francisco.
não tô nem aí se o pai dele não topar, porque se ele tiver um pai mesmo, ele já vai saber que eu sou teimosa, e que eu quero francisco.
tomara que o pai dele me ame e seja companheiro no sentido mais literal da palavra, sabe, josé. porque se ele for companheiro mesmo ele vai saber que eu sou até flexível com essas coisas, quando tem sentimento. porque eu sou assim, né.
ai de mim, josé.
tava pensando que, ai, josé, e se o francisco virar um desses estudantes que apanham da polícia? acho que ia ficar com medo e com orgulho, e ia até retorcer o nariz e berrar como minha mãe faz "eu avisei, guri!"
mas antes disso deve ser legal gritar o nome dele e chamá-lo pra voltar pra casa, pra tomar banho, sabe? "francisco, vem tomar banho!"
porque eu tava pensando, josé, o francisco não vai ter video game não; eu quero que ele veja a cor do dia. o francisco vai é ter bola de meia, lego e muito papel e tinta.
aí quando ele crescer, se ele quiser, ele vai poder tocar guitarra, piano, acordeon ou até triângulo, pra fazer sucesso com as meninas e não se sentir sozinho quando eu o meu companheiro não estivermos por perto.
porque sabe como é, né, josé, a gente se preocupa tanto com o futuro.
pensando bem, josé, talvez devesse chamá-lo de francisco pequena felicidade, pra poder gritar o nome dele por aí, sabe?
"pequena felicidade, volta!"
jcb
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Ahá.