Se eu quiser escrever sobre algo triste não escreverei sobre a guerra, os males ou sobre atos errôneos. Se escrevo sobre algo triste, escrevo sobre a saudade.
Escrevo sobre o meu repouso que agora, mais do que nunca, tem seis cordas e madeira firme. Sobre o meu acalento, que sou eu quem faço, já que a saudade repousa. Não sai.
Saudade costumeira que às vezes desperta e sufoca, não desgruda até que eu exprima e pire a gota d'água, a primeira de muitas, porque se fosse apenas uma... Não seria saudade.
Se eu quiser escrever sobre saudade, escrevo pouco. Mas alongo. O suficiente para que entretenimento exista, para que a alegria seja contínua e o esquecimento largo. Afinal, para quê nomes? Já fomos devidamente apresentados.
Num passado distante ou não, numa noite distante ou não. Intimamente apresentados. Mas fui me divertir no escanteio do corpo, da mente, do quarto.
Se eu quiser escrever sobre algo que conheço bem, escrevo sobre a saudade.
Pouco importa - do que vivi ou não.
Deixo para lá.
É ligar qualquer rádio e procurar uma estação, uma música um motivo, afinal, para não escrever.
Se eu quiser escrever sobre algo triste, lembro de você.
http://youtu.be/Xzbv3UEBVkE
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Ahá.