Começo do jeito que comecei: abrindo os olhos.
Não lembro o que vi - nem se fizer um tanto de força. Mas lembro quando você me contou o que viu, e é com esses mesmos olhos que vejo o que sou e vejo o que és.
Agradeço, portanto.
Agradeço pela sua ausência inconstante e presença forte, por todos os momentos em que minhas costas um tanto largas e cheia de pintas (como as suas) pôde estar em seus braços. Agradeço pelas oportunidades, estresses e marras que me deixou fazer; e que agora passo adiante. Não só agradeço como peço que repita as críticas e os elogios, os dias e as noites, os anos do passado e do presente que me fazem perceber o quão sou feliz por ter-te.
Ainda assim, peço desculpas.
Por querer ser artista; por nascer sendo artista, por não te ouvir. Pelo dinheiro, suor e paciência gastos. Por nunca chegar na hora marcada ou ter atendido seus telefonemas; por meu tom de voz quando fico irritada e pelo cinismo que me vem à tona quando, por um momento fútil, te desgosto. Peço desculpas pelos outros ora homens, ora meninos, peço desculpas por não saber tocar trompete tão bem assim.
Desculpo-te.
Por não falar. Por ser passivo demais, bobo demais, carinhoso demais! Por ter me deixado um tanto mimada assim, e por não ler os livros que dou a você em todas as datas comemorativas - mas gravatas não me convém tanto assim.
Talvez por isso eu esteja aqui com todos esses defeitos aparentes, digitando de forma lenta e calculada, como eu ajo na vida, e como você não gosta.
Mas, acima de tudo, pai
Eu amo você.
feliz aniversário.
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Ahá.