faça sua fantasia,
empacota o pão com mortadela
pede pro santo a alegria
de estar ao lado dela
faça um samba, uma máscara, um refrão,
sai de cor volta satisfeito
cuíca lado esquerdo do peito
coração
faça amor
faça chuva
faça sol
mas faça ligeiro
quarta se aproxima
foi-se mês de fevereiro
30 de agosto de 2011
28 de agosto de 2011
Segredo!
quando ele se espreguiçava e deixava alguns centímetros da camisa subirem, era inevitável não olhar com uma certa má intenção.
aliás, eu olhava assim de propósito.
27 de agosto de 2011
comprimido
talvez você nem imagine quanta falta faz
e eu nem sei se isso é consequência de al
go que ainda existe ou de algo que eu qu
ero que exista.
22 de agosto de 2011
Major Tom
Hoje eu vi um menino fantasiado de Homem-Aranha na parada de ônibus.
Assim, sem vírgula nenhuma.
Hoje eu vi um menino, com sua mãe, fantasiado de Homem-Aranha na parada de ônibus.
Viu? Fica feio.
Prefiro omitir alguns fatos; ou até não omitir, mas não dizer.
Prefiro ainda crer que não é vã a idéia de que ele pode salvar o mundo.
21 de agosto de 2011
PANIS ET CIRCENSES
favor ler este rápido.
que dormiram na sarjeta
depois do último capítulo
da novela aumentou
enquanto a santa abençoa
os cantos do planeta
os homens lotam prostíbulos
porque o circo fechou
políticos aprendem a atuar
como quem faz novela.
17 de agosto de 2011
Linha vermelha
Leia este como quem não me conhece. Ou como quem não leu outras palavras minhas.
Leia este como quem não sabe meu nome, e como quem não quer saber.
Faça isso por ética.
Pois eis que publico uma conversa que fiz comigo mesma, ignorando caráter, arrogância, Ego, auto-estima, passado, o fato de sentir dor naturalmente, e o fato de respirar.
Grata.
Iniciamos conversas com frases. Aqui não será diferente. Se perguntou "está bem?" respondo; "estou cansada". E ficarei assim até que eu pare de ralar meu couro nos objetos móveis e imóveis por aí. Não falei de corpos, me ponho em primeiro lugar - quase sempre.
Erroneamente.
Pois não é do meu natural me por em primeiro lugar; isso é invenção de vocês. Tive que me por em primeiro lugar para ser alguém, e não me arrependo, tampouco reclamo.
Mas é um erro ter tomado essa atitude pelo simples fato de minha preocupação com o outro sobrepor a capacidade que minhas costas tem de aguentar tal preocupação, dor, ou alegria.
Carregaria todos você se fosse possível,
daria meu sangue pela Pátria,
mas a única coisa que realmente fiz, foi dar meu tempo por amor.
E se este ato foi realmente bonito, se mereço parabéns, se não faz diferença... Isso fica por minha conta.
Afinal, não pulei fases na vida, e não pretendo pular.
Ver o mundo de forma diferente - e tratá-lo de forma diferente - não é peculiaridade minha, ainda bem.
Porém, eu só gostaria que soubesse,
que eu mesma soubesse:
estouro.
11 de agosto de 2011
Geni
Dispenso saber a sucessão dos fatos, ou o motivo de você estar aqui com cheiro de álcool. Na verdade, eles são óbvios, e saber é inevitável.
Mas eu prefiro imaginar que você esteja aqui por que me achou bonita, e quer me amar. E prefiro imaginar que eu realmente seja bonita, e que meus seios não estejam começando a cair.
Preferir é um privilégio de poucos.
Sou feliz por tê-lo.
Mas eu te perdôo.
Perdôo-te por confundir minhas pernas, meu nome e a data de hoje. Perdôo-te por não dizer palavras sutis como eu gostaria que dissesse. Pois apesar de estarem caindo, ainda tenho seios, sou mulher. Mereço ouvir coisas que me confortam, ainda mais quando posso preferir algo. Conforto-me só. Com a imaginação que eu tenho, e com meu segundo privilégio: o perdão.
Te perdôo pela frieza de teus dedos.
E prometo:
Que daqui a uns dias, paro de fumar. Faz mal pros pulmões, né? Não quero que isso aconteça.
Utilizo meus três privilégios para isso; enquanto não paro, imagino.
Aproveito e de praxe, a gente brinca que eu não vim parar aqui por amor.
Mas eu prefiro imaginar que você esteja aqui por que me achou bonita, e quer me amar. E prefiro imaginar que eu realmente seja bonita, e que meus seios não estejam começando a cair.
Preferir é um privilégio de poucos.
Sou feliz por tê-lo.
Mas eu te perdôo.
Perdôo-te por confundir minhas pernas, meu nome e a data de hoje. Perdôo-te por não dizer palavras sutis como eu gostaria que dissesse. Pois apesar de estarem caindo, ainda tenho seios, sou mulher. Mereço ouvir coisas que me confortam, ainda mais quando posso preferir algo. Conforto-me só. Com a imaginação que eu tenho, e com meu segundo privilégio: o perdão.
Te perdôo pela frieza de teus dedos.
E prometo:
Que daqui a uns dias, paro de fumar. Faz mal pros pulmões, né? Não quero que isso aconteça.
Utilizo meus três privilégios para isso; enquanto não paro, imagino.
Aproveito e de praxe, a gente brinca que eu não vim parar aqui por amor.
10 de agosto de 2011
sobre saber desatinar
caio
despenco
sem ensaio
estanco
o sorriso
a paciência
e a teimosia.
vem calar
vem me calar
vem calar minha boca
com a tua
que eu quero ver o nó.
despenco
sem ensaio
estanco
o sorriso
a paciência
e a teimosia.
vem calar
vem me calar
vem calar minha boca
com a tua
que eu quero ver o nó.
8 de agosto de 2011
Pé sujo
A minha sorte e (ou) o seu azar é que eu perdi medo de mudar há algum tempo. Talvez você nem tenha percebido no quê mudei, o quanto cresci, e essas coisas que deixei para lá.
Na verdade, nem eu percebi.
Pouco percebo as coisas em relação ao tempo.
Talvez porque veja - como a maioria da pessoas - o tempo de forma linear e finito.
Tenho a plena crença de que somos egoístas e "capitalistas" por essa forma de pensamento sobre o tempo, e não por causa de insitinto, evolução, ou qualquer poronga dessas.
O tempo deveria ser visto como ciclos infinitos.
Porque por mais que você não tenha filhos, não tire fotos, não toque em nada
Nós, humanos - demasiados humanos - não podemos voar.
Na verdade, nem eu percebi.
Pouco percebo as coisas em relação ao tempo.
Talvez porque veja - como a maioria da pessoas - o tempo de forma linear e finito.
Tenho a plena crença de que somos egoístas e "capitalistas" por essa forma de pensamento sobre o tempo, e não por causa de insitinto, evolução, ou qualquer poronga dessas.
O tempo deveria ser visto como ciclos infinitos.
Porque por mais que você não tenha filhos, não tire fotos, não toque em nada
Nós, humanos - demasiados humanos - não podemos voar.
6 de agosto de 2011
2 de agosto de 2011
A vida usa Loui Vuitton
Diz que um homem andava de forma apressada. De sapatos caros. Na mão, carregava consigo um saco de papel onde deixava transparecer gordura.
Diz que um menino que andava de forma tranquila cruzou com este homem. Sem sapatos, e nada na mão.
Ousou:
- Moço, me dá um sonho?
O homem não parou.
E o menino sentiu fome.
por um mundo com menos fome e mais imaginação.
sonho vem quando dormimos em paz.
almejo um mundo com motivos - motivos que todos consigam ver - para tal ato.