8 de janeiro de 2010

autoafirmação em forma de palavras

Detesto as melhores coisas do mundo. Mesmo que elas não sejam detestáveis.
Elas simplesmente descartam todas as oportunidades, sonhos, chances, e sentimentos que existem. Nada é melhor que nada, e ninguém é melhor que ninguém. Tudo tem dois lados, até a moeda.
Mas por que algum imbecil criou o Livro dos Recordes?

Hoje fui à livraria. Tinha acabado de chegar. O antigo, do ano passado, eu acho. Com uma capa verde brilhante, como se anunciasse um milagre.
Convenhamos, não é um milagre um menino de 9 anos equilibrar 10 caracóis na face. Eu consigo fazer isso. Com 11 caracóis, 11! (sim, eu tentei). E nem por isso fui ao Livro dos Recordes.

Não existem por aí caçadores de recordes (existe?), pelo menos no Livro dos Recordes. Você se inscreve, eles vão até a sua casa marcar em quanto tempo você consegue fazer a maior bola de chiclete do mundo.
 O Livro dos Recordes é, na verdade, recordes infelizes de pessoas que querem se autoafirmar.
Assim como o Twitter, o Formspring, o Orkut, e o Pré Psicopata.

Aliás, escrever não é nada mais do que se autoafrimar.
Autoafirmar oportunidades, sonhos, chances, e sentimentos.

4 comentários:

churchill disse...

escrever é algo para "autoexcluir-se" porque quando se escreve, você escreve para se autoafirmar quando na verdade você tá fazendo o contrário, falar é algo para autoafirmar, falar é algo para provar a sua propria existencia.

Ana Julia disse...

E você quer que todos saibam dela. Por isso você fala.
E até o silêncio, o luto, é uma autoafirmação.

Noah Wahr disse...

Até quando respira... Quando você respira você se autoafirma vivo!

Noah Wahr disse...

PS: recordes ainda são babacas!

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Ahá.