24 de setembro de 2013
20 de setembro de 2013
4h
Faz-me tolerar,
Suportar,
E gostar de fazê-lo.
Faz-me crescer,
Sorrindo,
Puxando meu cabelo..
Fazer-te crescer,
Suar,
E então, és um apelo
A tudo que fiz
Que quero
E que farei pelo
nós.
Suportar,
E gostar de fazê-lo.
Faz-me crescer,
Sorrindo,
Puxando meu cabelo..
Fazer-te crescer,
Suar,
E então, és um apelo
A tudo que fiz
Que quero
E que farei pelo
nós.
14 de setembro de 2013
12 de setembro de 2013
Beba-me ao vivo e depois também
Adoro a Elza Soares.
Esta rouquidão forçada e espírito de menina que nunca passa. Mesmo que, para isto, sejam necessárias algumas esticadinhas no rosto.
Mas isto não é problema meu.
Tampouco seu.
Deveriam existir mais pessoas como Elza Soares.
Mais artistas.
Esta rouquidão forçada e espírito de menina que nunca passa. Mesmo que, para isto, sejam necessárias algumas esticadinhas no rosto.
Mas isto não é problema meu.
Tampouco seu.
Deveriam existir mais pessoas como Elza Soares.
Mais artistas.
2 de setembro de 2013
Marasmo
Acordei com manchas de sangue espalhadas por toda a casa. Pelo corredor, pela bancada da cozinha, pelo chão branco do banheiro. De início, fiquei desesperada. Pensei que algo maior tinha acontecido pela quantidade de sangue. Mas quando te vi pintando na varanda, como faz todo dia de manhã, fiquei apenas curiosa.
Pensei em limpar o sangue.
Mas tinha acabado de acordar.
Pensei em te perguntar o que houvera.
Mas você estava pintando.
Percorri as trilhas cheias de sangue atrás de alguma pista do que pudesse ter acontecido. Achei cacos de vidro no chão e panos cheios, cheios de sangue dentro de baldes.
O sangue era tão denso que, além de seco, se tornara escuro, embora não possuísse cheiro algum. Ainda estava pegajoso, então não fora há tanto tempo assim.
Isto não poderia ser um mero acidente, pensei.
A menos que fosse um acidente decorrido de uma sessão de raiva. Aí seriam dois acidentes.
Ou uma sessão de raiva proposital. Normalmente você joga tintas e tintas na tela branca, mas quem sabe hoje tivesse tentado uma técnica diferente?
Passei pelo corredor.
Cheguei ao banheiro. O chão. Não podia tirar os olhos dele. Como aquela quantidade imensa de sangue justificaria sua paz de costume na varanda?
Talvez você tivesse descobrido meus outros homens.
Suspirei.
Talvez você tivesse descobrido meus outros amores fora o trompete. E, para mantermo-nos seguros, resolveu quebrar algumas coisas e sangrar um pouco, quem sabe? Assim a raiva passava e tudo ficava como antes. Você sem saber dos meus homens e eu sem saber de suas modelos nuas.
Se fosse eu, sangraria de mágoa.
Talvez você tivesse feito o mesmo.
Mas espero que não.
Apesar de saber que seus nus artísticos não são apenas nus artísticos, e sim noites calorosas repletas de arrepios e gozos, não gostaria que soubesses de meus homens pois é apenas a você que declaro amor e companheirismo.
As coisas estavam bem como estavam antes.
Escovei meus dentes e fui até a varanda, encostei na porta e assisti o seu pintar por alguns minutos.
- Tudo bem? - os dois perguntam.
- Tudo. - os dois respondem.
Fui à área de serviço e enchi um balde de água, sabão e peguei alguns panos.
Liguei alguma música alta o suficiente para que apenas eu ouvisse.
Limpei o sangue como se fosse mais uma de suas desastrosas ações com tinta.
Melhor assim.
Pensei em limpar o sangue.
Mas tinha acabado de acordar.
Pensei em te perguntar o que houvera.
Mas você estava pintando.
Percorri as trilhas cheias de sangue atrás de alguma pista do que pudesse ter acontecido. Achei cacos de vidro no chão e panos cheios, cheios de sangue dentro de baldes.
O sangue era tão denso que, além de seco, se tornara escuro, embora não possuísse cheiro algum. Ainda estava pegajoso, então não fora há tanto tempo assim.
Isto não poderia ser um mero acidente, pensei.
A menos que fosse um acidente decorrido de uma sessão de raiva. Aí seriam dois acidentes.
Ou uma sessão de raiva proposital. Normalmente você joga tintas e tintas na tela branca, mas quem sabe hoje tivesse tentado uma técnica diferente?
Passei pelo corredor.
Cheguei ao banheiro. O chão. Não podia tirar os olhos dele. Como aquela quantidade imensa de sangue justificaria sua paz de costume na varanda?
Talvez você tivesse descobrido meus outros homens.
Suspirei.
Talvez você tivesse descobrido meus outros amores fora o trompete. E, para mantermo-nos seguros, resolveu quebrar algumas coisas e sangrar um pouco, quem sabe? Assim a raiva passava e tudo ficava como antes. Você sem saber dos meus homens e eu sem saber de suas modelos nuas.
Se fosse eu, sangraria de mágoa.
Talvez você tivesse feito o mesmo.
Mas espero que não.
Apesar de saber que seus nus artísticos não são apenas nus artísticos, e sim noites calorosas repletas de arrepios e gozos, não gostaria que soubesses de meus homens pois é apenas a você que declaro amor e companheirismo.
As coisas estavam bem como estavam antes.
Escovei meus dentes e fui até a varanda, encostei na porta e assisti o seu pintar por alguns minutos.
- Tudo bem? - os dois perguntam.
- Tudo. - os dois respondem.
Fui à área de serviço e enchi um balde de água, sabão e peguei alguns panos.
Liguei alguma música alta o suficiente para que apenas eu ouvisse.
Limpei o sangue como se fosse mais uma de suas desastrosas ações com tinta.
Melhor assim.