Se eu conseguisse te trazer pra cá, ah, se eu conseguisse. Tudo o que eu posso fazer agora é te despir com os olhos. Ver teu quadril se movimentando na minha direção, e, de repente, passas reto... Sem nem olhar quem te deixa nua.
Se eu conseguisse te trazer pra cá, ah, se eu conseguisse! Ofegante, deixarias marca na minha cerviz de quem, hora ou outra, teve a felicidade demonstrada pela arcada dentária aparente, de pescoço erguido e envergado, de pelo que - a essa altura - arrepia sem motivo.
E não me importa se tu olhas no espelho e não gosta do que vê.
Teus olhos estarão fechados, e quando se der conta, estará lá: gostando, movimentando seus quadris por cima dos meus.
Me dirá isso com os mais altos dos gritos, enquanto coloca meus dedos na tua boca para que o resto do mundo não ouça, que, enfim... Conseguir trazer você pra cá.
(2011)
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Ahá.