3 de junho de 2009

Eu ligo o rádio e

Abaixei a cabeça, virei um pouco o rosto, pra tentar ouvir o que o vento me dizia, enquanto as pessoas me ensurderciam. Foram os 5 segundos mais memoráveis da minha vida. Corri pra casa, peguei um pode de picles vazio, e coloquei todo o ar lá dentro, e fechei. Coloquei o pote na estante do quarto, pra que todo dia, pudesse abrir e tirar um pouco daquele vento. Ou pelo menos fingir isso. Mas não durou muito... Minha mãe pensou que estava vazio. E colocou geléia lá dentro. Tentei explicar que não estava vazio; tinha um momento lá dentro! 5 segundos para minha mãe entender. Ela disse: momentos não cabem em um pote de picles. Momentos cabem sim em um pote de picles! Cabem em caixas de fósforos, ou até mesmo, em uma gota da água. O sentimento que eles trazem é que não cabem num pote de plices. Mas você pode separar os sentimentos dos momentos. Porque... Eu nunca mais senti aquela sensação, da primeira vez que abaixei a cabeça daquela forma, e senti o vento acariciar meu rosto.
Peguei o pote de picles, transferi aquela geléia, e o atirei na parede. Por puro prazer mesmo. Ah, sei lá. Eu jogo pratos na parede às vezes. Minha mãe quer me mandar ao psicólogo por isso, mas... O que tem demais em quebrar pratos? Ah. Acho que pior do que o paciente, só o psicólogo mesmo. Só um louco varrido ia querer cuidar da vida dos outros, pra sustentar a sua. Não gosto de psicólogos. Nada pessoal, só acho... Que eles precisam de psicólogo.

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Ahá.